terça-feira, 4 de agosto de 2009

... e agora José?


Quando a gente forma e começa a pensar que a única coisa que nos resta a fazer é trabalhar o desespero acaba por falar mais forte. E agora? Será que não vou conseguir emprego? Será que vou continuar na área que escolhi? E só o fato de saber que após conseguir o tão sonhado emprego vou ter que acordar cedo não importa o que aconteça, faça chuva ou faça sol, bêbada, de ressaca, mal humorada, não tem escapatória!!! Argh!!! Mas aos poucos o hábito vira prazer e agente não se imagina mais voltar aquele estágio de dependência até pra manter os próprios vícios - e olha que tenho muitos. Bom o fato é que hoje saiu o resultado do contrato do estado e não é que fui selecionada?! Acontece que hoje estou trabalhando em 4 empregos O_o!! E diferente do dilema "será que vou conseguir um emprego" me resta saber onde vou encaixar o 5º!!!


E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José ?

e agora, você ?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama protesta,

e agora, José ?

Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José ?

E agora, José ?

Sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora ?

Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse…

Mas você não morre,

você é duro, José !

Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José !

José, pra onde ?
Carlos Drummond de Andrade


E sim..... estou virando uma workaholic!!!!!!!!!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

E as coisas simplesmente acontecem...


Já faz algum tempo que penso em fazer um blog - afinal sempre tenho muito o que dizer e poucas pessoas com paciência suficiente para ouvir - mas hoje encontrei uma relíquia - e põe relíquia nisso - que me inspirou profundamente. Sabe quando damos aquela organizada geral em nosso quarto - no meu caso, tento diminuir a quantidade de papel pra que eu possa permanecer dentro dele - e encontrei uma prova de que a minha loucura, ou não, de tentar sempre colocar no papel um pouco do que se passa dentro da minha cabeça. O fato é que coincidência ou não li o post da Mayra de ontem que ela explicava aqueles momentos estranhos em que a gente não consegue explicar o que sente. Então, juntando a minha necessidade de por pra fora o que está na minha cabeça, a relíquia encontrada e o post da senhorita Mayra aqui estou!!!

Livre tradução de I don't want to miss a thing - Aerosmith
( Escrito em 12/12/01 - 3:40) Por isso relíquia!!!
Eu fico acordado só pra ouvir você respirar
Ver o seu sorriso quando está dormindo
Eu poderia congelar este momento para sempre
Cada momento que passo com você é sagrado

Eu não posso fechar os meus olhos
Eu não posso adormecer
Porque eu preciso de você e de mais nada
Pois toda vez que sonho com você
Parece que ele nunca irá se realizar
Por isso eu preciso de você e de mais nada

Quando estou perto de você sentindo o seu coração bater
E fico imaginando o que você está sonhando
Interpretando cada movimento seu
E quando beijo o seu rosto e fico imaginando que podemos ficar juntos
Eu gostaria de ficar neste momento com você para sempre e sempre

Eu não sinto falta do seu sorriso
Eu não sinto falta do seu beijo
Eu só quero ficar com você como estou agora
Eu só quero te abraçar
E continuar neste momento
Até o fim dos tempos...


O incrível é perceber que por mais que o tempo tenha passado, que eu tenha chorado, sorrido, gritado, enlouquecido, surtado eu nunca imaginaria, naquele momento, que hoje eu estaria exatamente onde eu queria estar! (ou não?!)